Produtores de soja de Mato Grosso pedem aportes em hidrovias – Valor Econômico

Por De Brasília  – Apesar do bom momento da soja em termos de remuneração e produção, os produtores do nordeste de Mato Grosso, Estado líder na produção nacional do grão, apontam falta de investimentos do governo federal na infraestrutura para escoamento da commodity.

A principal reivindicação é o investimento em hidrovias. Duas obras são consideradas fundamentais pela Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja): a dragagem e construção do terminal multimodal da hidrovia do Tocantins, em Marabá (PA), e o derrocamento do Pedral do Lorenço, próximo a Santa Terezinha do Taurí, em Itupiranga (PA). “A hidrovia representa menor custo de transporte e melhor remuneração ao produtor”, diz o coordenador-executivo do Movimento Pró-Logística, Edeon Vaz. A organização reúne os setores rural, industrial e comercial de Mato Grosso. A redução estimada de custo do frete com a hidrovia do Tocantins é da ordem de 30%.

A produção de soja da região chegou a 2,2 milhões toneladas em 2010, o equivalente a 10,8% do total colhido em todo o Estado (20,5 milhões de toneladas). Mas projeções indicam que o Nordeste mato-grossense deve produzir 3 milhões de toneladas até 2015.

A viabilidade da produção na região, segundo Vaz, também passa pela conclusão da rodovia BR-158, que corta Mato Grosso, e a melhoria na BR-155, que faz fronteira com o Estado e dá acesso a Marabá. As obras da 158, segundo a Aprosoja, estão em ritmo lento. Iniciada em 2007, a conclusão estava prevista para 2010. Com atrasos em um dos trechos, o prazo final, à exceção do contorno da reserva indígena Marawatsede, foi adiado para 2012. “A Semenge, empreiteira responsável por 69 quilômetros, faliu. E as obras estão em ritmo lento”, explica Edeon Vaz. Nos 288 km totais, segundo levantamento da Aprosoja, 76% da terraplenagem está concluída e 51% do revestimento já foi finalizado.

A Aprosoja afirma que as obras da hidrovia do Tocantins foram retiradas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), ou seja, deixaram de ser prioritárias para o governo federal. “Com a retirada, deixamos de investir no futuro do escoamento da região”, diz Vaz. Procurado, o Ministério dos Transportes informou, por meio de sua assessoria, que as obras da hidrovia do Tocantins “estão em análise”.

Segundo pesquisa Custos Logísticos 2011, divulgada pelo Instituto de Logística e Supply Chain (Ilos), o setor de agronegócios gastou 13,3% de sua receita líquida com logística em 2010.

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