Dilma prevê investimento de R$ 5 bi em obra do metrô – Folha de S. Paulo

Projetos para Belo Horizonte, Salvador, Porto Alegre e Curitiba já foram confirmados; Rio tenta obter verbaA presidente Dilma Rousseff anunciará nos próximos dias investimentos de cerca de R$ 5 bilhões em metrôs. �? o maior valor já investido pelo governo federal nesse tipo de transporte.
Projetos em quatro cidades (Belo Horizonte, Salvador, Porto Alegre e Curitiba) já estão confirmados. O Rio de Janeiro ainda tenta recursos. Os projetos já aprovados somam 80,8 km de metrô e têm previsão de obras com duração de três a quatro anos. Eles teriam custo total estimado em cerca de R$ 10 bilhões.
O valor de R$ 5 bilhões é o que está sendo estimado pelas capitais. Mas, até o anúncio oficial -ainda sem data-, pode mudar. A diferença entre o custo da obra e o repasse do governo terá de ser bancada por Estados e municípios, que também devem conseguir parcerias privadas. O anúncio do governo é um contraponto a um dos principais temas da campanha de José Serra (PSDB) à Presidência em 2010, que prometia construir 300 km de metrô.
As obras de metrô com recursos federais ficaram praticamente paralisadas nos últimos 20 anos -no período, foram feitos apenas pequenos investimentos em Belo Horizonte e Recife. Hoje o país tem 226 km de malha.
Segundo Vicente Abate, presidente da Abifer (Associação Brasileira da Indústria Ferroviária), em média se faz 1,2 km de metrô ao ano no país, o que é muito pouco, diz.
Os recursos federais para metrôs são do PAC da Mobilidade, que tem R$ 18 bilhões para projetos de transporte urbano em cidades com mais de 700 mil habitantes.
As obras de metrô no Brasil costumam enfrentar atraso e estouro de orçamento. Em Salvador, a construção da linha de 22 km com recursos do PAC vai ser anunciada sem que a linha antiga de 6 km, iniciada em 1999, esteja pronta.
A linha nova será feita no lugar de um projeto de ônibus articulado para a Copa 2014. A Folha revelou em julho que um lobby de empreiteiras fez o governo da Bahia trocar o sistema pelo metrô, com custo. O custo do metrô será cinco vezes maior, e ele não fica pronto até a Copa.
Análise – Apenas a reeducação e a oferta maior de linhas farão diferença no trânsito – Por Creso de Franco Peixoto (Professor do curso de engenharia civil do Centro Universitário da FEI, engenheiro civil e mestre em transportes)
O metrô paulistano, destaque mundial de qualidade, cresce 1,9 km ao ano. Há exemplo de crescimento 200% maior. Os trajetos motorizados, cada vez mais demorados, servem como indicativo de insuficiência perene de atendimento.
A nova linha 4 do metrô paulistano atende demanda em região de renda e nível educacional de mensurável superioridade à média, fundamental para a democratização de uso e para colaborar no processo educacional. O metrô tem crescido de forma pendular quanto ao perfil socioeconômico.
Essa nova linha amarela atende setores de renda mais alta, visando ensinar o novo modo de se locomover, distinto dos trens suburbanos de uso concentrado em horários de pico. A linha seguinte, a vermelha, abre o leque socioeconômico.
As portas de plataforma isolam passageiros da linha por caixilhos, minimizando riscos e ruído operacional, apesar de alguma sensação de claustrofobia.
Novas composições, de interior contínuo, permitem a migração entre carros, auxiliando no equilíbrio da densidade de passageiros e proporcionando maior conforto.
A linha 4 auxiliará no processo de redistribuição de viagens centrais, minianel a facilitar baldeações e a amenizar a elevada taxa de passageiros por metro quadrado. Contudo, não deve acarretar impacto perceptível no trânsito. Apenas a forte ampliação de oferta de extensão e de estações, associada à reeducação, mitigará o sofrimento no carro parado.

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