Terminou nesta quarta-feira (3) a dragagem de metais pesados do porto do Rio de Janeiro, nas proximidades do Cais de São Cristóvão. Durante quatro meses, uma draga de sucção e recalque foi utilizada para confinar 15 mil metros cúbicos de sedimentos na Ilha da Pombeba, na Baía de Guanabara. O local foi indicado pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea) para receber o material contaminado da dragagem do Porto do Rio de Janeiro, uma obra da Secretaria de Portos da Presidência da República (SEP-PR), que faz parte do Plano Nacional de Dragagem, inserida no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
O Instituto Virtual Internacional de Mudanças Globais (Ivig), da Coppe/UFRJ, foi o responsável pelo gerenciamento ambiental da atividade para que o material contaminado não entrasse em contato com o ambiente. Para isso, seis geotubes – grandes sacos retangulares feitos com um tecido sintético que permitem somente a passagem da água – foram utilizados para confinar o sedimento, permitindo apenas a saída da água pela malha sintética. A água que sai dos geotubes é livre de contaminação, já que os metais pesados são retidos nos sedimentos e confinados nos geotubes. Cada geotube tem capacidade para reter até cinco mil metros cúbicos de sedimentos.
A tecnologia adotada na Ilha da Pombeba é a mesma que vem sendo utilizada na dragagem do canal do Fundão. Durante e após o processo de dragagem e disposição do material dragado nos geotubes, foi realizado o monitoramento da água, dos líquidos percoláveis (líquidos que saem dos geotubes) e do solo na área de influência do empreendimento.
O empreendimento de dragagem e confinamento do material ocupa uma área de aproximadamente 12,5 mil metros quadrados. A Ilha da Pombeba é uma formação criada artificialmente através de sucessivas dragagens realizadas no passado, cujos sedimentos foram despejados no local ao longo do tempo. Com a conclusão das obras, técnicos do Ivig continuarão o processo de compensação ambiental, enriquecendo a ilha com o plantio de 2.500 mudas de espécies de restinga por um programa paisagístico de recuperação ambiental.
Dragagem – Até o momento, já foram dragados mais de 3,5 milhões de metros cúbicos de sedimentos. O objetivo é aumentar a profundidade do canal de acesso ao porto, o que viabiliza a atracação de navios maiores, permitindo um aumento significativo na movimentação de cargas, gerando mais empregos e renda para a população envolvida neste tipo de atividade. Espera-se, com esta dragagem, que a movimentação dos terminais de contêineres passe de 900 mil TEUs/ano para 3,4 milhões de TEUs.