Renault investirá R$ 1,5 bi no Paraná – Valor Econômico

Renault irá investir R$ 1,5 bilhão em sua unidade em São José dos PinhaisPara atingir uma fatia de 8% do mercado brasileiro de automóveis até 2016, a Renault irá investir R$ 1,5 bilhão em sua unidade em São José dos Pinhais (PR) para a ampliação da capacidade e desenvolvimento de novos produtos. Segundo o presidente mundial do grupo Renault/ Nissan, Carlos Ghosn, R$ 500 milhões serão destinados a equipamentos e estrutura física que fará a produção da fábrica saltar de 280 mil para 380 mil veículos por ano.
A montadora opera em três turnos desde junho, tem o Brasil como um de seus mercados prioritários e deve encerrar o ano com a produção muito próxima de sua capacidade instalada.
O complexo da Renault no Paraná também receberá R$ 1 bilhão de investimentos na construção de um centro de engenharia para o desenvolvimento de treze produtos até 2016. Segundo Ghosn, com os novos modelos, a empresa passará a ter uma cobertura de 90% do mercado nacional. Hoje, a linha cobre 76%, de acordo com o presidente.
Ghosn acredita que o Brasil se tornará o segundo mercado depois da França para a montadora. O presidente também destacou que a fabrica ficará exclusivamente dedicada para os modelos Renault – hoje o espaço é compartilhado com a Nissan – em função do investimento previsto para Resende (RJ).
A participação de mercado da Renault no Brasil é de cerca de 5%. Segundo dados da Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), de janeiro a setembro a empresa licenciou 107.416 veículos, crescimento de 19% sobre igual período do ano passado. A expectativa é encerrar o ano com 200 mil unidades vendidas, disse o presidente.
A Renault chegou a negociar o investimento de R$ 500 milhões com outros quatro Estados. Santa Catarina foi o que ofereceu melhor proposta de benefícios e tentou atrair as importações da empresa para os portos catarinenses com o programa Pró-Emprego que reduz o ICMS para 3,5%. A Fazenda paranaense não quis detalhar o cardápio de incentivos que fez com que a montadora decidisse realizar o aporte no complexo de São José dos Pinhais.
O secretário da Fazenda do Paraná, Luiz Carlos Hauly, diz que foram feito cálculos de equilíbrio entre os benefícios e a receita estadual dentro do programa Paraná Competitivo. Segundo o Valor apurou, a redução de ICMS ficou na casa dos 70% para importações futuras – pelo menos 90% da movimentação – pelo porto de Paranaguá. Os incentivos valem para a produção realizada a partir dos novos investimentos. A expectativa é que serão gerados mil novos empregos. A Renault também mantém uma cadeia de 55 empresas fornecedoras no Estado.
Segundo Ghosn, houve dúvidas quanto a realização do investimento no Paraná em detrimento a outros Estados. Ele reclamou do tratamento recebido pelo ex-governador Roberto Requião (PMDB) durante os oito anos de mandato, que nunca teria lhe recebido pessoalmente.
Segundo Ghosn, a instabilidade do mercado internacional não afetou os planos da empresa de investir no Brasil. “Não tivemos nenhuma dúvida do investimento e nem corrigimos o tamanho do investimento. Mesmo se a crise tiver influência, o Brasil não irá deixar de crescer. Estamos olhando para 20 anos, não para os próximos três meses ou para o ano que vem”, disse o presidente.
O executivo também informou que a Renault pretende ampliar a taxa de nacionalização de seus carros fabricados no país. De acordo com Ghosn, o percentual hoje é superior a 65% – a expectativa é atingir 90%. “Quem quiser crescer no Brasil terá de investir aqui”, disse.

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