País poderia crescer mais, afirma presidente em exercício da AEB – Guia Marítimo

Superávit comercial do ano deverá ser de US$ 26,2 bilhões.
“O Brasil poderia crescer mais, no entanto, 97% das nossas exportações se dão por via marítima e, atualmente, se trata de um grande gargalo. Não temos infraestrutura eficiente e não vejo uma solução em curto prazo. Até agora, contamos com um golpe de sorte”. A afirmação é do presidente em exercício da AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil), José Augusto de Castro, ao comentar os resultados da projeção da balança comercial realizada pela Associação, que indicaram que a expectativa é que o País encerre este ano com um superávit comercial de US$ 26,2 bilhões – o que representa um aumento de cerca de US$ 6 bilhões se comparado ao ano passado quando o superávit atingiu US$ 20,2 bilhões.

De acordo com o estudo, baseado no atual cenário econômico internacional e na atuação brasileira, a exportação brasileira deve chegar a US$ 244, 56 bilhões e a importação a US$218,301 bilhões, o que significa um incremento de 27% nos preços de exportação e 15% na importação. Os números, segundo a Associação, se devem a falta de resultados com as medidas monetárias adotadas pelo Bacen para frear a demanda interna e à elevação do volume de crédito interno, bem como à manutenção da forte valorização do real, que estimulam o aumento projetado das importações.

Castro, além de criticar a infraestrutura, observa que os números também podem representar uma “armadilha”, já que a projeção da AEB evidencia a dependência brasileira das commodities. Ao todo, elas respondem por mais de 70% do montante exportado e teimam em permanecer em patamar elevado, o que mantém o Brasil dependente deste cenário e de demanda internacionais favoráveis, “ambos fatores fora de controle”. “O problema é que não temos como controlar o preço, a quantidade, e, embora a precificação hoje nos favoreça, uma alteração econômica poderá forçar a queda das exportações e do preço das commodities, sem que possamos controlar este efeito. Não sou contra a exportação de commodities, porém é importante alavancarmos a exportação de manufaturados”, afirma.

Segundo o estudo, a elevada dependência das exportações de commodities e a pequena participação de manufaturados na exportação, torna instável e, até mesmo insustentável, o resultado da balança comercial brasileira, pois está sujeito a fatores externos alheios a seu controle e sem dispor de qualquer poder de decisão.

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