As commodities voltaram a viver, nos últimos dias, o reflexo do desarranjo financeiro mundial. Acerto de dívida mal resolvido nos Estados Unidos e mais países na lista dos que estão com problemas financeiros graves apontam para uma economia mais lenta nos próximos meses.
Esse cenário forçou a queda no preço das commodities. Sinais de perda de ritmo da economia mundial e a saída de parte dos investidores das commodities, que deixam de ser atrativas com a demanda mundial menor, fizeram alguns produtos acumularem queda de 11% nos preços nos últimos sete dias, como é o caso do petróleo.
Os metais também foram afetados. O estanho lidera as quedas, com recuo de 10% em Londres no período. Até os metais preciosos, após os recordes dos últimos dias, fecharam em baixa. O ouro esteve a US$ 1.656,20 por onça-troy, com recuo de 0,43%. Essa redução no preço das commodities, provocada pelo mercado financeiro, é incentivada ainda pela demanda chinesa. Devido aos preços elevados das commodities, o país pisou no freio nos últimos meses para desaquecer o mercado.
Os produtos agrícolas não ficaram imunes a esse efeito financeiro e chinês. Mesmo com safra mundial recorde, a soja se mantinha próxima de US$ 14 por bushel, devido à demanda chinesa. Isso levou o país a reduzir em 8% as importações do primeiro semestre em relação ao mesmo período de 2010. As compras se restringiram a 22,7 milhões de toneladas.
A demanda chinesa por commodities continua, mas dá sinais de fraqueza. A presença do país é tão importante que, mesmo com os problemas climáticos na safra norte-americana, os preços acabaram recuando. O clima quente nas regiões norte-americanas produtoras de grãos deve provocar uma perda de produtividade na soja. A perda no milho já é dada como certa. Esse cenário de incertezas no mercado externo afetas as exportações brasileiras, baseadas basicamente em commodities.