O impasse comercial entre Brasil e Argentina obrigou o Porto de Paranaguá, no Paraná, a encontrar áreas alternativas para armazenar automóveis que ficam parados no terminal por mais de um mês. Na manhã de ontem, havia 13 mil veículos aguardando licenças de liberação, o dobro da capacidade de armazenamento do local.
A Renault conseguiu liberar 6,1 mil carros em Paranaguá, parte deles parada há 37 dias. Também foram liberadas 1,7 mil unidades que estavam no Porto de Vitória.
“Temos de negociar as liberações semanalmente e, às vezes, os carros ficam parados mais de 30 dias”, diz Antonio Calcagnotto, diretor de relações institucionais da montadora.
A demora provocou nas revendas brasileiras falta de modelos Clio e Fluence, fabricados na Argentina. Segundo Calcagnotto, os representantes de Paranaguá vão apresentar amanhã uma nova área onde os carros poderão ser armazenados.
A Santos Brasil, que controla o maior terminal de veículos no Porto de Santos (SP), informa ter registrado lotação máxima em seu pátio há duas semanas, mas diz que, atualmente, o movimento está normal. A Deicmar, que atua no mesmo porto, preferiu não comentar o assunto.
Já a assessoria do Porto de Vitória afirma ter área com capacidade para 25 mil veículos e, por isso, não registra lotação.
As restrições às importações de alguns produtos fabricados na Argentina, entre os quais veículos e autopeças, foram determinadas em maio pelo governo brasileiro, em represália contra ações semelhantes adotadas pelo país vizinho com produtos de outros setores, como alimentos.