A firma São Paulo Empreendimentos Portuários Ltda. (SPE) pretende investir R$ 2 bilhões em um complexo formado por um estaleiro de reparos navais e terminais multi-uso no Porto de Santos. Planejado para a Ilha de Bagres, o projeto é apontado pela empresa como uma solução integrada entre o Porto e as atividades do pré-sal da Bacia de Santos.O projeto está sob análise do Ibama. O órgão ambiental publicou edital informando ter recebido o estudo e o relatório de impacto ambiental (EIA-Rima) em 8 de setembro último. A audiência pública está marcada para o próximo dia 26.
A SPE afirma ter conseguido na Secretaria de Patrimônio da União (SPU) a cessão do chamado domínio útil da ilha, por meio de um aforamento oneroso. Grosso modo, a empresa pagou R$ 15 milhões para ter direito a explorar a área. Segundo a empresa, o terreno era ocupado irregularmente por cerca de 20 famílias. �??O documento de posse está registrado em cartório, em Santos�?�, declarou o presidente da SPE, Luís Antonio de Mello Awazu.
A empresa pretende transformar o espaço de 1,22 milhão de metros quadrados em estaleiros de reparos, áreas de limpeza de tanques e tratamento de efluentes e em terminais para movimentação de cargas diversas. Décadas atrás, em tempos em que não havia tanta preocupação ambiental, o local foi utilizado para descarte de lama de dragagem do Canal de Piaçaguera. A maior parte do espaço hoje é ocupada por bananais, cultura predominante também em terrenos próximos dali, na Área Continental de Santos.
Esta porção de terra cercada por todos os lados pelas águas salobras do Estuário de Santos era pretendida para um projeto do Governo Federal, o Barnabé-Bagres, concebido há poucomais de uma década.
Os trabalhos de pesquisa e análise ambiental foram elaborados ou contratados pela consultoria MKR, também dirigida por Awazu. Uma de suas últimas atribuições foi chefiar, até há poucos meses atrás, a Companhia Bandeirantes de ArmazénsGerais(Ciaband), arrendatária de um terminal com saída marítima instalado no Armazém 23, na Margem Direita.