O governo baiano detectou uma oportunidade de ajudar a viabilizar duas obras previstas pelo PAC
Salvador. Quando a Bahia Mineração (Bamin) apresentou seu projeto inicial para a exploração da mina de minério de ferro de Caetité (BA), em 2008, ela previa a construção de um minerioduto de 524 quilômetros, na direção leste, e de um terminal portuário exclusivo para o escoamento da produção, no litoral sul do Estado.
O minerioduto, orçado em US$ 1,2 bilhão, faria com que os custos de transportes do minério fossem bastante reduzidos, mas teria de ser abastecido constantemente por água desviada do Rio São Francisco, a 150 quilômetros da mina, na direção oeste. Os mais de 650 quilômetros de tubulações de água correriam o risco, segundo a empresa, de sofrer desvios ilegais, principalmente de pequenos agricultores – em especial por o trajeto atravessar o semiárido baiano.
O governo do Estado, porém, detectou no projeto apresentado pela Bamin uma oportunidade de ajudar a viabilizar economicamente duas das principais obras previstas pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC): a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) e o Porto Sul. A proposta foi feita à Bamin – e aceita rapidamente.
As duas obras, porém, causam controvérsia nas regiões onde serão instaladas. ONGs ligadas à defesa ambiental, órgãos e associações de fomento do turismo no litoral sul da Bahia e produtores rurais que terão terras desapropriadas para as obras contestam a necessidade e a viabilidade das obras. De acordo com eles, a ampliação do Porto de Ilhéus, a cerca de 50 quilômetros de onde o Porto Sul deve ser instalado, seria o suficiente para a demanda.