O CENTRONAVE – Centro Nacional de Navegação Transatlântica, entidade associativa com 113 anos de existência e que reúne as 19 maiores empresas de navegação de longo curso atuando no Brasil, esclarece que o comércio global de contêineres registrou um início mais fraco que o normal no primeiro trimestre de 2020, devido ao impacto do COVID-19 na China mas não exclusivamente por esse fator.
É importante contextualizar que o ano novo Chinês tradicionalmente afeta o embarque e recebimento de cargas pois são duas semanas praticamente paralisadas devido às festividades naquele pais (neste ano, especificamente de 25 de janeiro a 12 de fevereiro). O auge da epidemia do COVID-19, reportada como emergência global pela OMS, foi em 30 de janeiro, período em que a maioria das fábricas já estava paralisada. Devido à incerteza em relação à doença, medidas foram tomadas pelas autoridades asiáticas, o que acabou estendendo a pausa ou diminuindo a produção em alguns países. Tal diminuição do trabalho e produção resultou em um congestionamento de contêineres nos portos chineses de Xangai, Xingang, Tanjin e Ningbo.
Os maiores impactos de blank sailings (partidas não realizadas) ocorreu nos fluxos de comércio Asia-Estados Unidos, Asia-Europa e Asia-Oriente Médio. Para reduzir o impacto da situação junto a importadores e exportadores, os armadores vem oferecendo alternativas, como mudança de rotas e até mesmo o armazenamento das cargas refrigeradas por período estendido – seja em armazéns ou até mesmo nos próprios navios, em portos chineses – já que o contêiner refeer necessita de energia elétrica para se manter refrigerado. Atualmente a maioria das províncias da China está retomando o trabalho e deverá gradualmente aumentar o nível de atividade nos próximos dias.
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