A Índia sofre dificuldades com uma demanda mundial por bens agrícolas e manufaturados maior do que sua infraestrutura de transporte pode atender. Isso é ainda mais evidente no setor portuário do país. O comércio Internacional indiano tem 90% de seu volume transportado por via marítima, contudo, os portos não dão conta de tamanha movimentação.
Para o ano fiscal, que teve fim em março de 2011, Chennai, o segundo maior porto do país, movimentou 1,52 milhão de Teus, um aumento de 25% sobre o mesmo período do ano anterior. Enquanto isso, Nhava Sheva, maior porto indiano, movimentou 4,27 Teus, um aumento de 5% para o mesmo período.
A capacidade não é o único problema da Índia. As greves dos trabalhadores e as construções de portos também são causas dos grandes atrasos. Por causa desses entraves, armadores estão desviando cargas para portos privados e, em alguns casos, para outros países como o Sri Lanka, onde em seguida a mercadoria é transbordada para a Índia.
Companhias como a APL, Hapag Lloyd e CMA CGM estão cobrando sobretaxas de congestionamento e desviando serviços devido aos atrasos nos portos, especialmente Nhava Sheva e Chennai, que juntos movimentam cerca de 70% da carga oceânica do país. A média de liberação dos navios em portos indianos é de ao menos 4,4 dias, enquanto que em Cingapura e Hong Kong, a carga é liberada em menos da metade de um dia.
Como parte do objetivo ambicioso de triplicar as exportações até 2017, o governo da Índia anunciou que buscará a iniciativa privada para construir sete novos portos. Juntos, eles devem custar cerca de 350 bilhões de rúpias, ou seja, US$ 7,6 bilhões. Eles fazem parte do plano geral do governo para desenvolver a infraestrutura do país, com fundos de US$ 1 trilhão, até 2017.
Também devem ser inclusos nos planos governamentais dragagens mais profundas dos portos e construção de portos adicionais na costa oeste do país para aumentar o comércio asiático.
Apesar de o governo indiano ter um papel importante na expansão e no desenvolvimento da infraestrutura do país, ele está cada vez mais com dificuldades para sustentar não apenas o crescimento da demanda por bens, como também para tentar manter o mesmo ritmo da China.
No entanto, para o país conseguir atingir seus objetivos, ele deve superar problemas burocráticos como os atrasos na implementação de programas e as diversas regulamentações que impedem que a economia do país continue tendo sucesso.