Entre emergentes, primeiros sinais de combate à desvalorização cambial – Valor Econômico

Num momento em que os mercados mundiais assistem à venda em massa de ativos, um pequeno grupo de países emergentes interveio nos mercados cambiais para evitar quedas mais significativas de suas moedas. A medida ocorre em frontal contraste em relação a outros países que ainda combatem a maciça valorização de suas taxas de câmbio.Nas últimas semanas, a Turquia e a Indonésia tomaram ou advertiram que iriam tomar medidas para coibir as quedas de suas moedas, depois que preocupações relativas ao crescimento mundial levaram as ações a se desvalorizarem no mundo inteiro e os investidores a fugir dos mercados emergentes.
No início do mês, as autoridades da Coreia do Sul disseram que intensificariam o monitoramento dos mercados financeiros locais, inclusive as condições do mercado de câmbio, em meio ao aumento da volatilidade. O banco central do país, além disso, enfrentou suspeitas de ter tomado o rumo contrário em relação a suas intervenções de compra de dólares, e de vender dólares para sustentar sua moeda em meio à queda vertical registrada pela bolsa local na semana passada.
As medidas tomadas por esses países para estabilizar suas moedas ainda são relativamente modestas, mas ocorrem num momento em que outros países vistos como refúgios seguros – como Suíça e Japão – tomaram providências enérgicas para reverter a valorização de suas moedas. Elas também chamam a atenção para uma reversão das pressões enfrentadas pelos países emergentes e para o grau de insegurança do caminho atualmente trilhado pelos bancos centrais, na tentativa de administrar as agudas quedas e as drásticas oscilações de suas moedas, que tinham se recuperado anteriormente mais do que a maioria desejava.
Para os investidores, um possível resultado é os países emergentes não precisarem mobilizar tantos controles da moeda caso os fluxos de investimentos adquiram um ritmo mais moderado em relação à disparada anterior, diante da possibilidade de uma desaceleração da economia mundial. “A maioria dos mercados emergentes ainda precisa de recursos externos, e, se sentirem algo parecido como uma repentina retirada daquele paredão de dinheiro, poderão relaxar seus controles”, disse Sara Zervos, gestora-sênior de carteira de investimentos do Oppenheimer Funds.

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