CENTRONAVE alerta para a baixa disponibilidade de combustível de navegação nos portos brasileiros

O transporte marítimo e com ele o comércio exterior brasileiro enfrentam um sério problema de abastecimento nos portos do país, criando um desafio estrutural adicional para as empresas de navegação e a cadeia produtiva nacional. O alerta foi feito pelo diretor-executivo do Centro Nacional de Navegação Transatlântica (CENTRONAVE), Claudio Loureiro de Souza, nesta terça-feira (07/08), durante o Painel Tecnologias e a Logística Marítima, na IV Conferência de Direito Marítimo, Portuário e do Mar da OAB-RJ.

De acordo com o diretor-executivo do (CENTRONAVE), há baixa disponibilidade de bunker em nosso litoral, o que gera desafios logísticos adicionais para os armadores. Claudio Loureiro de Souza ressaltou que o reabastecimento de um grande navio porta-contêiner chega a custar US$ 3 milhões. A cifra elevada, comercialmente interessante, deveria ser o suficiente para se manter uma oferta constante, garantindo maior previsibilidade às empresas de navegação, porém, não é o que ocorre. A Petrobras detém o monopólio da distribuição de combustível de navegação nos portos brasileiros.

Em sua explanação, o diretor-executivo do CENTRONAVE apresentou o que considera as cinco principais vertentes de impacto das novas tecnologias: navios; equipamentos; automação e melhoria nos terminais; gestão administrativa e operacionais; avanços comerciais. Na vertente navios, inserem-se as questões da propulsão e da autonomia. Sem uma oferta segura de combustível, afirmou, os avanços tecnológicos em torno da propulsão são inócuos.

“Melhorar o abastecimento dos navios nos portos brasileiros passou a ser um grande desafio – um problema estrutural que não se pode mais deixar de lado. Temos que enfrentá-lo”, afirmou Claudio Loureiro de Souza, lembrando que terminais e armadores empenham-se no desenvolvimento de procedimentos e equipamentos cada vez mais eficientes, mas que o abastecimento, no Brasil, tornou-se um problema que está na contramão da busca das melhorias tecnológicas que estão sendo introduzidas.

Sobre equipamentos, o diretor-executivo do CENTRONAVE afirmou os processos tanto em navios quanto em terminais sofrem constantes avanços. Da mesma forma, a automação nos terminais e a comunicação de dados com navios é cada vez mais sofisticada, a fim de garantir uma logística segura e eficiente para a movimentação de contêineres.

Por essa razão, os avanços em gestão administrativa e operacionais são implantados concomitantemente entre os armadores e os terminais portuários, de forma que haja benefícios recíprocos em termos de eficiência e produtividade, com ganhos para os usuários do transporte marítimo. Por fim, entre as vertentes sob impacto de novas tecnologias, segundo Claudio Loureiro de Souza, está o aperfeiçoamento dos processos comerciais, com soluções que tornam mais eficiente a movimentação de carga. A questão do abastecimento, porém, torna-se um obstáculo imponderável, na contra corrente da busca por eficiência e segurança.

A IV Conferência de Direito Marítimo, Portuário e do Mar é uma iniciativa da Comissão de Direito Marítimo da OAB-RJ, com o patrocínio do CENTRONAVE, entidade que representa as empresas de navegação em operação no país, e apoio de outras entidades do setor.

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