Volume equivale a 12% dos US$ 8 bilhões esperados para as vendas de carne de frango no anoMaior exportador mundial de carne de frango, o Brasil sofre com as deficiências de sua infraestrutura logística. Em 2011, o segmento deve perder US$ 1 bilhão das receitas com exportações em custos de logística. O volume equivale a 12% dos US$ 8 bilhões esperados para as vendas de carne de frango no ano.
Os dados fazem parte de um estudo elaborado pela União Brasileira de Avicultura (Ubabef), que levantou os gargalos da infraestrutura logística nacional e elaborou propostas para solucionar os problemas da área. O documento será entregue na próxima semana ao ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, no 22º Congresso Brasileiro de Avicultura, em São Paulo.
“O gargalo logístico é aquele que está mais em nossas mãos”, afirma José Perboyre Gomes, diretor financeiro da Ubabef e coordenador do estudo. Segundo ele, fatores como câmbio e folha de pagamentos, que também prejudicam a competitividade do setor, são temas que dependem de muitas variáveis para serem solucionados. Em logística, diz ele, “há questões muito simples de resolver”.
O estudo da Ubabef, que estipulou a meta de reduzir em 2% os custos logísticos já no curto prazo, contempla 63 de propostas, distribuídas em quatro temáticas: racionalização de processos, portos, ferrovias e rodovias. Na área de racionalização de processos, o documento sugere medidas como o funcionamento dos portos 24 horas por dia, acelerando o desembaraço de mercadorias, bem como a implantação do Certificado Sanitário Digital, sistema que poderia ser confirmado e reconhecido por autoridades sanitárias de todo o mundo, entre outras propostas.
Já em portos, o estudo propõe a ampliação da capacidade dos portos do país, a revisão do decreto 6620, para estimular os investimentos privados em portos, e a expansão do Tradex, sistema realiza os pedidos de embarque eletronicamente, hoje restrito ao porto de Paranaguá (PR). No que diz respeito às rodovias, o setor pleiteia principalmente a construção de um acesso rodoviário ao porto de Itajaí (SC) e a redução nos valores do pedágio para o porto de Paranaguá.
Em ferrovias, o estudo propõe aumentar a disponibilidade de vagões, ampliar o acesso ferroviário aos portos, entre outros. Ao todo, o documento produziu 23 propostas sobre portos, 14 sobre ferrovias, 16 sobre rodovias e nove relacionadas à racionalização de processos logísticos. O estudo, que também comparou as condições logísticas brasileiras à dos EUA , segundo maior exportador de carne de frango constatou custos logísticos duas vezes superior no Brasil.
Enquanto nos EUA os custos de transporte representam 10% do PIB do setor, no Brasil ele representa 20%. “Da porteira para fora, eles são superiores”, diz Francisco Turra, diretor presidente da Ubabef.