Vale cria empresa de logística – Valor Econômico

A Vale trabalha na criação de uma nova empresa de logística para abrigar ativos e contratos que envolvem a prestação de serviços para carga geral, um mercado em expansão no Brasil. O projeto em discussão na mineradora prevê a abertura de capital dessa nova empresa no Novo Mercado da BM&F Bovespa até 2012. A Vale deverá ter uma participação em torno de 30% na Vale Logística, como vem sendo chamada a futura companhia, dependendo do apetite do mercado na oferta pública de ações.O perfil de negócio da Vale Logística será bem diferente da Log-In Logística Intermodal, empresa de capital aberto, na qual a Vale é sócia com 31,3%. A mineradora vem estudando se desfazer da Log-In, que é focada no transporte de carga em contêineres na costa brasileira, a chamada navegação de cabotagem.
Os serviços de logística garantem à Vale uma receita importante. Em 2010, esses serviços geraram uma receita de R$ 3,2 bilhões, com aumento de 14% ante 2009. Em média, cerca de 80% desse valor corresponde ao transporte de carga geral, que inclui produtos como soja, combustível, madeira e siderúrgicos.
No segundo trimestre deste ano, o faturamento com serviços de logística alcançou R$ 950 milhões, com crescimento de 6% em relação ao mesmo período de 2010. A receita total da Vale no trimestre foi de R$ 25,6 bilhões.
A rentabilidade do negócio de logística, porém, está em queda. A margem Ebit, que é a relação entre o lucro antes de juros e impostos e a receita líquida do segmento, caiu de 23,5% no segundo trimestre de 2010 para apenas 0,5% agora. Segundo a companhia, houve crescimento dos custos nas operações ferroviárias, principalmente por causa da contratação de pessoal, do aumento de preços e volumes de combustíveis e de serviços de manutenção.
A Vale Logística deverá reunir sob seu guarda-chuva as estradas de ferro Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) e Ferrovia Norte-Sul (FNS), o terminal portuário da Ultrafértil, no porto de Santos, que pertence hoje à Vale Fertilizantes, e mais os contratos de carga geral com terceiros que venham a ser firmados para transporte na Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM) e na Estrada de Ferro Carajás (EFC).
Os ativos indicam que a estrutura da Vale Logística pode ser mais competitiva do que a da Log-In, cujo plano de negócios é visto com ceticismo por parte do mercado. Na visão de uma fonte, a nova empresa atuará em um nicho de mercado, o transporte de carga geral via ferrovias, que vem crescendo a taxas importantes no país.

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